quarta-feira, 14 de agosto de 2013

CHEGAM NOZES (ÀS PALETES) AO PORTO E HÁ QUEM NÃO QUEIRA COMÊ-LAS.

No passado domingo fui ao aeroporto de Pedras Rubras buscar um colega da escola primária que não via há mais de 40 anos, chegou pelas 14 horas, de gás à tábua levei-o até à Rua de Passos Manuel com o propósito de lhe oferecer uma tripalhada.

Chegados ao Restaurante Tripeiro deparei-me com uma sala menos acolhedora da que conhecia, também já lá não ia há mais de 20 anos, tinha no entanto na memória as excelentes tripas há moda do Porto que lá tinha comido.

Sentamo-nos e pedimos “tripas para dois”, até aqui tudo bem, como era uma ocasião especial fiz de conta que a minha carteira era de outro e solicitei um “Cabeça de Burro” tinto, estava na carta, mas não havia, ficámos por um “Evel”, 16 euros mais barato, para aperitivo pedi “Favaios”, o empregado de mesa veio com uma garrafa de vinho abafado afirmando que era melhor que o “Favaios”, levou logo, “não deve proceder assim, imagine que eu era da Adega de Favaios, você ia ter problemas” disse-lhe eu.

Pedi um gin tónico, o empregado foi ao balcão e saiu para a rua, “foi comprar o gin” disse eu ao meu amigo, certinho, passado um bocado o funcionário do restaurante voltou com uma garrafa dento de um saco do supermercado.

Bebemos o aperitivo e mandamo-nos às tripas que, em abono da verdade se diga, continuam de excelente qualidade, entretanto os clientes foram saindo e fiquei só eu com o meu amigo, passado um pouco entra um casal estrangeiro, do fundo do restaurante vem o empregado que nos estava a servir dirigindo-se aos estrangeiros, “está fechado” dizia ele, apontando para um panfleto o casal só dizia “tripas”.

Conclusão, o restaurante fecha ao domingo após o almoço, e o empregado repetia “está fechado” quase empurrando as pessoas, não me contive.

“Ouça lá, se está fechado devia ter fechado a porta à chave para não entrar mais ninguém”, o homem dizia que estava na hora dele e que tinha mais que fazer, impavidamente o gerente continuou ao fundo da sala sem se manifestar.

Dirigi-me aos forasteiros e apercebi-me que eram alemães, no roteiro que traziam dizia que ali se podiam comer as melhores tripas e não dizia que fechava ao domingo à tarde, olhei para o tacho e como ainda haviam muitas tripas mandei-os sentar na minha mesa, no meu (destreinado) inglês perguntei que queriam beber, “água”, mandei vir, propuseram logo servi-los, nós acabamos de comer, dei vários recados ao pessoal do restaurante e saímos, e os alemães lá ficaram.

Desci a Rua Passos Manuel com o intuito de tomar café no “Magestic”, muita turistada à porta, estava fechado, uma casa que recebeu dinheiro do estado (a fundo perdido) para ser restaurada, fechada ao domingo nesta altura em que ao fim de semana chegam milhares de visitantes trazidos pelas companhias low cost de aviação? Não se entende.

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